segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A Escrava Isaura – Bernardo Guimaraes


A história da vida atribulada de Isaura, uma escrava mestiça de pele clara, em busca da sua própria liberdade e felicidade.
Obra de Bernardo Guimarães, escrita e publicada em 1875, em plena campanha pela abolição da escravatura no Brasil (que culminaria em 1888), e que serviu como um manifesto antiescravagista e libertário do autor.
Numa época em este tipo de tomada de posição em defesa dos escravos era algo raro – senão mesmo inexistente – na literatura brasileira (e portuguesa), a obra reveste-se de importância histórica, precisamente por ser uma das primeiras a aludir ao tema e a levantar a questão da libertação de escravos. O único senão é que esta defesa do abolicionismo acaba por se revestir de ânimo leve, incorrendo mais na via do romance sentimental do que na denúncia dos abusos e maus tratos a que estavam sujeitos os escravos pelo regime escravagista brasileiro. A própria heroína – Isaura – não reflete a condição real de se ser escravo porque ela não é como as outras escravas; o fato de ser praticamente branca coloca-a numa posição privilegiada tendo, inclusive, a oportunidade de ser educada como uma senhora de sociedade. Tal fato – debater o tema da escravidão a partir da posição de uma escrava branca – parece ser uma contradição para o propósito que o autor reivindica, como também uma escolha preconceituosa.


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