Um médico que está a passar de carruagem numa estrada de Sintra é surpreendido e sequestrado por quatro figuras mascaradas que o levam para uma misteriosa casa no meio de Sintra. Lá dentro encontrava-se o cadáver de um homem. Daqui se levantam várias perguntas: Quem era aquele homem; como morreu e quem o matou. A procura de respostas a este caso leva a uma empolgante história de intriga, suspeitas, ameaças, duelos e sexo, numa viagem que vai de Portugal à ilha de Malta.
Considerada a primeira obra portuguesa de cariz policial o “O Mistério da Estrada de Sintra” guarda ainda o interesse histórico de fazer parte de uma estratégia usada pelos seus autores – Eça de Queirós e Ramalho Ortigão – para enganar os leitores levando-os a pensar que se tratava de um caso real, tal como faria 68 anos depois Orson Welles no seu relato por rádio da “Guerra dos Mundos”.
Em pleno verão de 1870 os então jovens escritores e amigos, Eça de Queirós e Ramalho Ortigão decidiram fazer algo inédito: escrever uma obra de ficção mas fazendo-a crer como sendo real, com a intenção de assustar Lisboa, na qual se narrava a história de um assassinato ocorrido na estrada de Sintra. Tendo como única inspiração a força da imaginação, começaram a escrever. Combinavam os dois, na véspera, o desenrolar da história e enviavam o original, em forma de carta anónima, para o director do jornal Diário de Notícias, que a publicava diariamente, como uma reportagem verídica.
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