A Bruxa do Monte Córdova conta-nos a história de Angélica, uma rapariga que, sendo “a mais formosa da sua aldeia”, a quem todos cortejam, envolve-se numa relação proibida. Com a morte do amante acaba por enfrentar sozinha o estigma da exclusão social e da intriga.
Publicada em 1867, esta novela Camiliana tem como pano de fundo a guerra civil que ocorreu entre 1831 e 1834, e opôs os defensores de D. Pedro I e da sua filha D. Maria II, liberais e constitucionalistas, aos defensores de D. Miguel I, os absolutistas e tradicionalistas. Mas a acção principal em si relata-nos uma história de amor trágico que define bem a época conturbada em que se vivia, falando principalmente da falta de carácter dos representantes da igreja, enquanto instituição, que incentivavam o fanatismo e o histerismo religiosos e davam azo a intrigas e convulsões sociais.
É uma obra que utiliza o mesmo arco estrutural e os mesmo elementos narrativos que Camilo utilizou na sua novela “A Doida do Candal”, apesar desta obra estar mais bem estruturada e de ter uma temática mais interessante. Contudo “A Bruxa do Monte Córdova” não foi o grande sucesso comercial que o autor espera que fosse, atribuindo ele depois a culpa ao facto de ter “excesso de filosofia” e de usar uma escrita mais rebuscada.
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