Drama em três actos, ao estilo da tragédia clássica, conta-nos uma história sobre o peso do destino que se abate sobre Manuel de Sousa Coutinho, D. Madalena de Vilhena e a filha de ambos, uma família nobre do final do século XVI, num trágico desenrolar de eventos em que a fatalidade e os fantasmas do passado são elementos fatais para a felicidade conjugal e para a própria vida dos elementos da família.
Peça baseada livremente na vida de Frei Luís de Sousa – nome adotado pelo frade Manuel de Sousa Coutinho – que continua a ser considerada um clássico da literatura de língua portuguesa e uma das criações máximas de Almeida Garrett, nunca tendo deixado de ser exibida em palcos desde a sua estreia pública em 1847, no Teatro do Salitre, numa versão censurada. É considerado como um drama romântico embora possua algumas características de um clássico: o nacionalismo, o patriotismo, a crença em superstições, o amor pela liberdade (elementos românticos); indícios de uma catástrofe, o sofrimento crescente, o reduzido número de personagens, peripécias, o coro (elementos clássicos). Um dos temas mais importantes da obra é, sem dúvida, o da liberdade de amar, mesmo contra as convenções sociais da época. A recepção da obra da altura não deixou de ser vista como um paralelo com a vida do autor, que se separara da primeira mulher para viver com D. Adelaide Pastor, da qual tivera uma filha ilegítima.
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