Traffic shaping é um termo da língua inglesa (modelagem do tráfego), utilizado para definir a prática de priorização do tráfego de dados, através do condicionamento do débito de redes, a fim de otimizar o uso da largura de banda disponível.
O termo passou a ser mais conhecido e utilizado após a popularização do uso de tecnologias "voz sobre ip" (VoIP), que permitem a conversação telefônica através da internet. O uso desta tecnologia permite que a comunicação entre localidades distintas tenham seus custos drasticamente reduzidos, substituindo o uso das conexões comuns.
No Brasil, suspeita-se que a prática passou a ser adotada pelas empresas de telefonia que adotaram, em algum trecho de sua rede, tecnologias de voz sobre o protocolo IP, apesar de condenada por algumas instituições protetoras dos direitos do consumidor. Estas empresas utilizam programas de gestão de dados que acompanham e analisam a utilização e priorizam o tráfego digital (pacotes), bloqueando, retardando ou diminuindo o tráfego de dados VoIP que contenham determinados atributos não desejados pelo gestor da rede, assim prejudicando a qualidade do uso deste tipo de serviço. A prática também é comumente adotada para outros tipos de serviços, conhecidos por demandar grande utilização da largura de banda, como os de transferência de arquivos P2P e FTP por exemplo, ou de "streaming" de portais de internet que transmitem video etc.
Os programas de traffic shaping poderão ainda fazer logs dos tipos de utilizadores, pegar informações sobre IPs acedidos, ativar gravações automáticas a partir de determinadas condutas, reduzir ou interferir na transferência de dados de cada utilizador, bloqueando redes peer-to-peer (P2P) ou FTP.
Processos na justiça
Um cliente da Comcast, o segundo maior provedor dos EUA, processou a empresa por esta limitar a velocidade da ligação em aplicações de partilha de arquivos peer-to-peer. No processo, que deu entrada num tribunal da Califórnia, o cliente alega que as velocidades anunciadas pela Comcast são falsas, já que o ISP limita severamente a velocidade de certas aplicações da internet como as de partilha de arquivos peer-to-peer.1
As suspeitas de que a Comcast bloqueia tráfego peer-to-peer foram confirmadas por uma investigação da Associated Press, que descobriu que a fornecedora de serviço de internet utiliza um método - que envolve o envio de pacotes de dados modificados - para filtrar o tráfego dos programas que utilizam o protocolo de partilha de arquivos BitTorrent. O problema afeta outras aplicações, como o software colaborativo Lotus Notes, da IBM.
A Comcast nega que bloqueia tráfego, mas admite que atrasa a transmissão de dados para manter a qualidade do serviço, uma prática utilizada por alguns servidores que recebe o nome Traffic Shaping.
O cliente pretende ser indenizado conjuntamente com todos os outros clientes da Comcast na Califórnia, e que o ISP seja forçada a parar com as interferências na velocidade da ligação
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