quinta-feira, 24 de julho de 2014

Suzantur oferece R$ 6,2 milhões de outorga em Mauá


A empresa de ônibus Suzantur, única habilitada pela prefeitura de Mauá a operar sozinha todas as linhas municipais, no modelo de licitação escolhido pelo prefeito Donisete Braga, ofereceu como outorga à cidade para poder prestar serviços R$ 6,2 milhões.
O valor é R$ 1,2 milhão superior ao mínimo exigido no edital: R$ 5 milhões.
A abertura do envelope com a proposta foi feita nesta manhã pela prefeitura
Agora, a comissão de licitação vai analisar as planilhas da empresa e até segunda-feira ela deve ser declarada vencedora oficialmente.
Depois haverá mais cinco dias como prazo para possíveis recursos.
A licitação é polêmica e a Suzantur não teve concorrência nesta fase.
Acompanhe:
A Suzantur, que foi contratada emergencialmente em outubro pela administração Donisete Braga, do PT, está com as mãos na operação de todas as linhas de ônibus de Mauá, na Grande São Paulo.
Devido às incertezas jurídicas de todo o processo de licitação e histórico de quebras de contratos por parte da prefeitura, a concorrência atraiu poucas empresas: Express Transportes Urbanos (que opera na Zona Leste de São Paulo), Princesa Turismo Eireli (de Mato Grosso), Viação Diadema (de Baltazar José de Sousa) e a Transportadora Turística Suzano – a Suzantur, que já tem conhecimento da cidade e realizava investimentos antes mesmo da licitação como compra de ônibus e reformas da garagem Princesinha, de Baltazar José de Sousa, no Jardim Zaíra 4, onde também funcionou a empresa Viação Estrela de Mauá, de Baltazar e depois comprada por David Barioni Neto, ex executivo de Constantino de Oliveira, fundador da Gol e que foi parceiro de negócios de empresários de ônibus do ABC, como o próprio Baltazar José de Sousa e Ronan Maria Pinto, dono de viações na região e do jornal local Diário do Grande ABC.
Diferentemente do que normalmente ocorre em outras licitações, as inabilitadas não recorreram deixando o caminho aberto para que a Suzantur assuma o monopólio dos transportes na cidade.
A Suzantur é de Claudinei Brogliato. Ele foi sócio na empresa de Ângelo Roque Garcia, irmão de José Garcia Netto, o Netinho, do Banco Caruana, que financiou ônibus para Baltazar e Ronan.
Claudinei disse que desde março de 2011, Ângelo não é mais sócio na Suzantur e que não tem relações com Baltazar, a não ser pelo aluguel da garagem Princesinha.
Ônibus que eram da Estrela de Mauá, que tentou operar no lote 02 junto com a Leblon Transporte, são usados pela Suzantur e financiados pelo Caruana.
A Suzantur vai assumir o monopólio dos transportes de Mauá. Diferentemente do discurso do prefeito Donisete Braga e do ex secretário de mobilidade urbana, Paulo Eugênio Pereira, que hoje se candidata a deputado estadual, a cidade só vai ter um lote para o transporte.
Quando a Estrela operou no lote 02, Donisete disse que Mauá deveria ter 3 ou 4 empresas. Na audiência na Câmara, o secretário hoje candidato, garantiu dois lotes.
A entrada da Leblon Transporte de Passageiros em 2010 quebrou o monopólio que era de Baltazar José de Sousa.
A empresa e a Viação Cidade de Mauá, de Baltazar, foram descredenciadas por supostas consultas não permitidas pela prefeitura de Mauá ao sistema de bilhetagem.
Mas a sindicância que apontou para estes supostos atos não foi consenso nem na prefeitura. Em 27 de junho de 2013, a procuradora do município Thaís de Almeida Miana sugeriu uma nova sindicância mais técnica e menos testemunhal e acatou as argumentações da Leblon de que as consultas foram autorizadas, com treinamento da própria prefeitura.
Donisete Braga e Paulo Eugênio Pereira ignoraram a recomendação.
O descredenciamento das empresas foi apontado como manobra para que o monopólio nos transportes fosse retomado.
A prefeitura negava, mas agora diz que o modelo de um lote só é interessante para economicidade pelo valor da outorga. O paço nega privilégios a empresas.

0 comentários:

Postar um comentário