Eu já fiz muitas coisas nos games da franquia Zelda: velejei, viajei no tempo, salvei Hyrule… A maior parte do que acontece na série pode ser considerado repetitivo, segundo a opinião de algumas pessoas. E este é o medo que sempre aparece quando surge algum novo Zelda. Será que vai ser assim?
Nesta semana, eu tive a oportunidade de jogar o novo Zelda para 3DS, A Link Between Worlds. Muito coisa, é claro, é bem parecida com o que já conhecemos: masmorras, muitos puzzles, esse tipo de coisa. Mas também há várias novidades.
Vamos começar pelo começo. A Link Between Worlds se passa algumas centenas de anos após A Link To The Past. Os cidadãos podem não ser os mesmos, mas tudo ainda se passa em Hyrule. Mas, neste Zelda, a maior parte de sua preocupação não será sobre Hyrule, que está passando por um momento de paz. No jogo, Link terá que salvar os descendentes dos Sete Sábios que estão localizados em Lorule, um lugar que Link pode visitar ao atravessar algumas rachaduras encontradas em Hyrule. E você pode fazer isso literalmente entrando nas paredes e se movimentando como se fosse uma pintura.
E como Link faz isso? Como ele tem esse poder? Eu não faço ideia, mas a mecânica do jogo faz sentido. E é importante alertar que você não é o único que tem essa habilidade. O grande vilão do jogo sequestrou os Sete Sábios e os transformou em pinturas na parede. Talvez a gente descubra mais sobre essa habilidade conforme a história avança. De qualquer forma, todas as rachaduras em Hyrula correspondem a um lugar específico no mapa de Lorule, que tem sete masmorras. Apesar dessas masmorras serem bem parecidas com as que encontramos em A Link To The Past, elas apresentam vários puzzles diferentes.
As sete masmorras estão disponíveis para serem exploradas na ordem que você quiser, uma novidade para a franquia Zelda. A questão é: você tem as ferramentas certas para explorar cada local? Cada masmorra pode requisitar algo diferente de você, e você pode ou não ter a ferramenta ou arma necessária para cumprir a tarefa. E é aí que aparece a lojinha. Em outra novidade da série, você vai poder comprar ou alugar todas as armas clássicas de Zelda que nós conhecemos e amamos, de bumerangues aos arcos.
Minha demo se passa em algum momento no meio do jogo. Eu tinha 1.400 rupees no bolso e é claro que eu visitei a loja para saber o que poderia fazer com esse dinheiro. Eu percebi que comprar um bumerangue custaria 400 rupees, e alugá-lo sairia bem mais barato. Isso acontece com a maioria dos outros itens, mas até o fim do jogo você deve ter dinheiro para comprar todos os produtos na loja.
Mas alugar um produto na loja pode ser um problema. Se você morrer no meio de uma masmorra, já era. Os itens alugados somem e você terá de alugá-los novamente e, nesses casos, o barato sai caro. A boa notícia é que todo o progresso que você já fez na masmorra – puzzles resolvidos e portas abertas – continuará intacto. E após a morte você tem a opção de continuar o jogo da masmorra ou da casa do Link.
Por um lado, esse sistema de poder alugar coisas correndo o risco de perder tudo após a morte me parece bem interessante. Os riscos ficam bem mais altos. Mas, por outro lado, muita gente imagina que isso é um jeito criado pela Nintendo para introduzir as famigeradas microtransações no universo de Zelda. E aqui vai a boa notícia: quando questionado, um representante da Nintendo afirmou ao Kotaku que os micropagamentos não serão usados em Zelda. Além disso, que tipo de conversão dinheiro/rupee seria feita se nós podemos encontrar rupees em qualquer lugar do jogo?
Vamos falar um pouco das masmorras agora. A Link Between Worlds tem como objetivo se aproveitar da tecnologia 3D do 3DS, e boa parte do jogo é feita de maneira vertical. A visão é do topo para baixo e a maior parte do tempo é gasta subindo ou descendo na masmorra.
Juntando isso à habilidade de entrar nas paredes, fui forçada a pensar no espaço de uma maneira diferente, não só em relação aos outros jogos da franquia Zelda, mas aos jogos em geral. Uma pequena área explorada pode ter muito mais complexidade. Você pode explorar essa área normalmente ou pode “entrar” na parede e, além disso, pode gastar muito tempo indo mais para cima ou para baixo em um lugar específico do mapa.
O conceito de fusão com paredes transforma completamente a sua maneira de pensar sobre as coisas e os novos puzzles vão exigir um bom domínio dessa nova habilidade. Mas qual é o nível de dificuldade deste novo jogo? Você vai gostar de saber que as masmorras deste Zelda não tem uma escala progressiva de dificuldade, mas cada masmorra oferece um tipo de desafio diferente.
E nem tudo é puzzle, claro. A habilidade de fusão com a parede também vai exigir um pouco de habilidade do jogador nos controles, especialmente no “timing” das ações. E, algumas vezes, você pode encontrar algumas pinturas na parede que podem ir para o “mundo físico” se você se fundir à parede para pegar essa pintura. Eu não consegui avançar muito no deom, mas está claro que A Link Between Worlds vai usar esta nova mecânica em várias situações interessantes.
Também é importante notar que há alguma margem de manobra na história de “ter a ferramenta certa para cada masmorra”. Eu encontrei alguns puzzles que exigiam o uso de bombas, que podem ser compradas. Mas nesta masmorra específica, eu encontrei um inimigo que poderia ser usado como bomba, então eu pude avançar sem precisar estar equipado com tudo o que era exigido. É possível que outras masmorras permitam o mesmo com itens diferentes.
Uma coisa curiosa é que a possibilidade de compra ou aluguel de qualquer item a qualquer momento me deixou um pouco menos animada com as masmorras. Eu sabia que, independente de quanto eu explorasse o local, eu não iria encontrar um item novo super exclusivo para meu arsenal. Fica um pouco sem graça encontrar um Gancho (Hookshot) quando você pode ter este item desde o começo, sabe?
Isso talvez tenha me desanimado um pouco, mas não o bastante para não curtir o jogo. Os puzzles constantes e a nova mecânica de se fundir com paredes são características positivas que me deixaram bastante animada, apesar de eu ser uma dessas pessoas que sente que alguns jogos da série Zelda podem ser bem repetitivos.
Legend of Zelda: A Link Between Worlds será lançado dia 22 de novembro na América do Norte.
Fonte: MsnJogos
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