Esta obra que Eça de Queirós escreveu entre 1877 e 1878, enquanto vivia em Newcastle, permaneceu aproximadamente um século entre os seus manuscritos inéditos. Mesmo assim, cem anos mais tarde, este romance em que Eça aborda, mais uma vez, o incesto, levantou grande polémica quando foi publicado em sucessivas edições, quer pela delicadeza do tema, o incesto entre mãe e filho, quer pelo realismo e clareza das situações descritas. As personagens principais são três: Genoveva, Vítor e o tio Timóteo. Genoveve, uma mercenária que não hesitava em prostituir-se se isso lhe convinha, mulher dura, profundamente egoísta, colérica e cínica, cuja beleza loura e perfil aquilino lembra uma ave de rapina abandonou o próprio filho recém-nascido. Vitor,um jovem romântico e sentimental, com uma situação financeira não muito confortável, é o filho que ela abandonou 23 anos antes e com quem, sem saber desse facto, se envolve amorosamente. Timóteo é o tio abastado de Vítor, pessoa inflexível, puritana e exigente quanto às características que deve ter a esposa ideal do seu único herdeiro. Só quando se dá o confronto entre Genoveva e Timóteo se descobre a relação incestuosa, embora Vítor não chegue a saber da verdade.
Fonte: SHVoonG
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