Então, em 1559, os dinamarqueses mandaram tropas em favor da Livônia, comprando as terras do oeste do Bispado de Ösel-Wiek e avançando. Com esse avanço, os suecos, que tentavam manter uma relação amigável com os russos, mandaram tropas à Tallinn, que por interesses comerciais aceitou a ajuda e permitiu o domínio sueco na região, em 1561. No mesmo ano, os poloneses, ainda católicos, incorporaram o Arcebispado de Riga e a Ordem Livoniana à seus territórios. Era o fim da Livônia e o início da Guerra Nórdica dos Sete Anos (1563-1570). Nela, os dinamarqueses perderam as terras do oeste para a Suécia e forçaram os russos à abdicarem das terras conquistadas na Livônia e, então se contentaram com as fronteiras que tinham antes da Guerra.
O Domínio Sueco
Após a Guerra Nórdica dos Sete Anos, a Estônia estava dividida em três reinos: Os Suecos ao norte e nordeste, os Dinamarqueses nas Ilhas de Ösel e a União Polonesa-Lituana no Sul, incluindo a Letônia. Mas os reinos da Suécia e da Polônia tinham complicadas relações, devido à monarquia protestante na Suécia e os católicos na Polônia. No começo do século XVII, eles entraram em guerra aberta e os suecos dominaram a região de Tartu em 1625 e, após o Tratado de Åltmark em 1629, obtiveram domínio legal na região. Após a guerra com a Dinamarca (1643-1645), os dinamarqueses cederam a região de Ösel aos suecos, fazendo com que eles tivessem domínio de uma região parecida com a atual Estônia.
A região do norte se incorporou voluntariamente ao Reino Sueco, diferentemente da parte da Livônia, que foi ocupada e os nobres livonianos, subjugados em seus poderes. O Rei Gustavus II Adolphus, deu alguns direitos aos nobres, até estabelecer um governo central, baseado nas leis suecas.
Durante esse período a Estônia passou por um período de prosperidade, com Tallinn e Narva sendo importantes entrepostos comerciais, negociando com países como Rússia, Finlândia, Holanda, Inglaterra e Espanha. Também, na area do comércio, as relações entre Narva e as cidades russas de Novgorod, Moscou e Pskov, se estreitaram e a cidade ganhou importância, até ser transformada em capital pelos suecos na metade do século XVII.
Preocupados em passar os ensinamentos religiosos ao povo, o clero sueco resolveu abrir escolas nas vilas estonianas, que seriam ministradas pelos padres das vilas. Em algumas cidades, até alguns mestres foram empregados, mais ainda quando uma mudança nas leis, sob o reinado de Carlos XI, instituiu o pagamento dos mestres nas escolas. Durante um curto período de 4 anos, um seminário em Tallinn, treinou cerca de 160 professores para as escolas estonianas, tornando grande parte do povo capaz de ler alguns textos religiosos, fato memorável para a época.
Uma universidade foi aberta, ainda na época do Rei Gustavus II Adolphus, em Tartu, que posteriormente após as invasões russas foi transferida a Tallinn e depois em Pärnu em 1699. A Academia Gustaviana, como ficou conhecida, tinha estrutura parecida com a de academias européias, principalmente as germânicas. Inicialmente, os estudantes eram na maioria de Finlandeses e Suecos, porque a maioria dos nobres bálticos iam estudar nos impérios germânicos, mas em virtude da Guerra dos 30 anos, eles tiveram que abdicar de ir lá e começaram a frequentar a Academia na Estônia. A visita de mestres germânicos na academia em Tallinn, na década de 1630, teve forte influência na elite estoniana e nas primeiras publicações, como o primeiro jornal nacional em 1670.[6]
Parte do Império Russo
Depois de uma exaustiva guerra contra o Príncipe de Brandemburgo, durante o reinado de Carlos XI, a Suécia decidiu fazer uma reforma, a Grande Redução, na qual a maioria das terras sob posse privada teriam de passar a posse da coroa sueca. Isso provocou a insatisfação dos nobres livonianos, de forma a protestarem, mas sem muitos efeitos. Cerca de 5/6 das terras dos nobres foram passados para a cora sueca, que arrendou para outros proprietários previamente definidos, os quais não tinham habilidade com fazendas e exploravam os camponeses. Ao final de seu reinado, Carlos XI, auto-proclamado "Rei dos Camponeses", declarou sua intenção de extinguir a servidão, mas só cumpriu para as pequenas possessões.
Descontentes com o Reino sueco, uma aliança formada pela Dinamarca, Rússia, Polônia e pelos Saxões se formou para conquistar o território dito "roubado dos nosso vizinhos", a Livônia e a Estônia. A Grande Guerra do Norte, assim chamada, eclodiu em Fevereiro de 1700, com a invasão dinamarquesa no norte alemão, a tomada de Riga pelos Saxões e a invasão russa em Narva. Pouco tempo após, a Rússia foi derrotada em Narva pela tropa pessoal do rei Carlos XII, que rumou ao sul para derrotar os saxões e os poloneses e, assim, permitiu a volta dos russos no norte com as conquistas de Narva e Tartu, em 1708. Mas em 1709, os russos perderam todos os seus aliados, e acuados, ofereceram paz, que não foi aceita por Carlos XII, que resolveu atacar os territórios russos. Mas a derrota em Poltava, foi decisiva para o rumo da Guerra, que foi vencida um ano depois com a conquista final de Tallinn, em setembro.
Em 1721, foi assinado o Tratado de Paz de Uusikaupunki(Nystad), que declarava a Estonia e a Livônia como posses do Império Russo.
O período do domínio russo na Estônia foi pouco movimentado, sem grandes momentos históricos. Foi mais uma época de estabilização e organização da sociedade, com a firmação das classes estonianas. Elas eram baseadas no estilo de governo alemão, com Dietas e posterior a criação do Conselho legislativo, que comandava as leis locais, e formada por nobres livonianos, suecos, germânicos e russos. Os estonianos continuavam como parte da classe inferior.
Devido a distância de Moscou, a Estônia sofria influência muito forte dos reinos germânicos do sul e sendo assim, passou por situações como a Revolta de Camponeses no começo do século XIX, o Iluminismo e os reinados iluministas e a Revolução Francesa, esta última altamente defendida pelos intelectuais da Universidade de Tartu, na sua maioria de alemães e pelos nobres, que iam estudar em universidades alemãs.
Cada vez mais, uma grande parte dos estonianos iam criando cultura suficiente para se sentir como um povo unido. Juntando os ideais da república francesa e a liderança dos intelectuais das academias estonianas, que nesse ponto já lecionavam as aulas não mais em alemão, mas sim em estoniano, o ideal nacionalista crescia mais e mais. Grupos eram formados, manifestações jornalísticas e publicações, rumaram para a criação da república estoniana.
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