segunda-feira, 4 de maio de 2015

HOJE, DEIXO-TE PARTIR!


Há tanta tristeza neste quarto sozinho
que dói cada verso, só de pensá-lo
que outra forma haverá de imaginá-lo
se há tanta angústia sem sair do caminho?

É uma realidade e como tal adivinho
que quanto mais for vivenciá-lo
mais denso se torna o poema – deixá-lo
que a dor é precisa, neste bocadinho!

Mas sabem o que dói mais? Não ver
nem saber onde está, o que está doído
que não há paraíso pra quem não soube viver.

Ah, egoísta! Cala-te já! Quem foi a morrer
sobe-lo a todo o instante, andava moído
mas a ninguém, jamais, pediu outro sofrer.

Jorge Humberto

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